PRESOS EM BURMA

16/02/2010

De acordo com a “Assistance Association for Political Prisoners in Burma” cerca de 40 pessoas foram condenadas a 50 ou mais anos devido à sua actividade a favor dos direitos humanos. Registemos:

Hso Ten 106 anos Nilar Thein 65 anos
Bo Min Yu Ko 104 anos Min Zeya 65 anos
Khun Tun Oo 93 anos Pannate Tun 65 anos
Sai Nynt Lwin 85 anos Sendar Min 65 anos
Sai Nyi Nyi Moe 79 anos Thet Zaw 65 anos
Mar Mar Oo 93 anos Thet Thet Aung 65 anos
Min Ko Naing 65 anos, 6 meses Zaw Zaw Min 65 anos
Aung Naing 65 anos, 6 meses Thin Thin Aye 65 anos
Aung Thu 65 anos, 6 meses Zay Ya 65 anos
Hla Myo Naung 65 anos, 6 meses U Gambira 63 anos
Htay Kywe 65 anos, 6 meses Myo Min Than 55 anos
Ko Ko Gye 65 anos, 6 meses Jawli Tun 53 anos
Pyone Cho 65 anos, 6 meses Myo Min Htike 52 anos
Mya Aye 65 anos, 6 meses Myo Min Zaw 52 anos
Nyan Li 65 anos, 6 meses Kyaw Tun Lin 52 anos
Than Tin 65 anos Myo Han 51 anos
Ant Bwe Kyaw 65 anos Aung Tin Win 50 anos
Kyaw Kyaw Htne 65 anos Nyi Nyi 50 anos
Kyaw Min 65 anos    

Nina Yefimova era uma jornalista do “Vozrozhdeniye”, um jornal local de Grozny, capital da Tchéthénia, e que foi encontrada morta a 9 de Março de 1996 aos 25 anos de idade com um tiro na cabeça.

Foi raptada do seu apartamento nos arredores de Grozny e o seu corpo foi encontrado na manhã seguinte.

Muitos dos jornalistas de Grozny e Moscovo acreditam que o seu assassinato esteja relacionado com histórias que ela havia publicado relativamente a crimes que decorriam na Tchétchénia.

Nina foi a 18ª jornalista a ser morta no país depois do conflito ter rebentado em Dezembro de 1994.

Ramzan Khadzhiev (14 de Novembro de 1955) era director da ORT, uma televisão pública russa.

A 11 de Agosto de 1996, Khadzhiev foi morto enquanto tentava deixar Grozny com a sua esposa e filho.
Foi assassinado com um tiro na cabeça depois de ter passado num ponto de verificação russo. A ORT afirma que foram rebeldes tchetchenos os responsáveis enquanto que uma testemunha afirma que os autores atiraram de veículos russos.
Mais tarde, os seus colegas confirmaram que foram soldados russos os verdadeiros responsáveis.

Nenhuma investigação foi iniciada e a ORT não abriu nenhum inquérito público.

Ramzan Khadzhiev foi o 19º jornalista a morrer na guerra tchetchena.

JORNALISTAS PRESOS

15/02/2010

O Comité Para a Protecção de Jornalistas apresenta o número de jornalistas presos devido à sua actividade na década de 2000:

2000 81 2005 125
2001 118 2006 134
2002 139 2007 127
2003 138 2008 125
2004 122 2009 136

 No ano de 2009, e como acima assinalado, registam-se 139 jornalistas presos. A China é o país campeão, seguido do Irão, de Cuba e da Eritreia.

China 24 Gâmbia 1
Irão 23 Índia 1
Cuba 22 Iraque (sob a custódia dos EUA) 1
Eritreia 19 Cazaquistão 1
Burma 9 Mauritânia 1
Urzebequistão 7 Marrocos 1
Azerbeijão 6 Rússia 1
Etiópia 4 Arábia Saudita 1
Egipto 3 Sri Lanka 1
Tunísia 2 Síria 1
Iémen 2 Turquia 1
Cambodja 1 Venezuela 1
Camarões 1 Vietname 1

DMITRY KHOLODOV

14/02/2010

Nasceu a 21 de Julho de1967 em Zagorsk. Em 1992 começou a trabalhar no jornal Moskovsky Komsomlets para onde fez diversas reportagens polémicas. Esteve presente no conflito entre a Geórgia e a Abecásia onde assistiu à limpeza étnica dos georgianos, base de muitas das suas reportagens incluindo “Sukhumi Apocalypse”.

Em 1993 entrevistou o Ministro da Defesa, Pavel Grachev. A partir daí iniciou uma investigação da qual resultaram diversos indícios de corrupção na ala militar. Estava já planeado Dmitry falar na Duma e expôr as suas conclusões que incluíam altas figuras do espectro militar.

Acabou assassinado  17 de Outubro de 1994 no seu escritório, vítima de uma pasta armadilhada que supostamente continha documentos que provavam a corrupção nas forças armadas.

Os editores do jornal acusaram as forças militares, nomeadamente o Ministro da Defesa, pelo sucedido o qual eles negaram. Posteriormente, o mesmo Ministro afirmou que “os meus subordinados compreenderam de forma errada as minhas palavras”. O caso mantém-se polémico muito devido à sua condução e ao comportamento ds diferentes juízes o longo dos julgamentos.

Com uma excepção de Oleg Sedinko em 2002, o caso é único visto explosivos nunca terem sido utilizados para matar um jornalista. Contrariamente ao que é habitual nos homicídios contratados, nenhum dinheiro foi movimentado para o pagamento do serviço. Suspeita-se que os assassinos tenham realizado o serviço para agradar os seus superiores e avançar na carreira.

Nunca é tarde para nos perguntarmos qual o nosso papel na sociedade. Diariamente somos engolidos por campanhas que incitam à uniformidade. Sermos todos iguais é um ideal, um valor que não tem espaço para qualquer discussão (embora na maioria dos casos se verifique apenas na teoria e não na prática): é algo inerente do ser humano e que todos assumem como verdade. Mas será que a uniformização de opiniões deve ser adoptada para haver uma melhor organização da sociedade? Decerto que isso tornaria as coisas bem mais fáceis principalmente para aqueles que amam o poder e que adoram o poleiro mas a realidade é que isso não se verifica.

As pessoas são diferentes – não que isso implique um tratamento diferente, o que é algo inaceitável, ridículo e desumano – o que reflecte a riqueza do que nós somos realmente. O facto de termos a capacidade de pensar por nós próprios, concordando ou não com os outros, justifica o nosso valor individual. Cada um de nós é especial e se existe o caso de pensarmos de forma distinta de alguém, isso só promove a diversidade e o melhoramento humano – se as coisas, tenha-se atenção, forem levadas pelo lado do bem e não pelo do conflito, da violência -.

A independência do pensamento nunca foi tão determinante como hoje. Apesar de o seu valor  ter sido sempre questionado ao longo da História, neste mundo, hoje globalizado, não nos deixemos engolir pelos sistemas sejam eles políticos ou económicos. Pensar não paga imposto (até à data de escrita) e portanto, coloquem a cabeça a funcionar.

O espírito crítico deve ser usado e não desvalorizado. Por isso é que as pessoas que são assassinadas por divulgarem factos que vão contra o estipulado pelo poder político ou económico não devem ser esquecidas. Daí que nos próximos dias irei colocar posts que abordarão pessoas, na sua maioria jornalistas, que morreram por atentarem contra o ambiente vigente. São pessoas que encontrarão com a maior das facilidades na internet por isso desafio-os a ocuparem meia dúzia de minutos do vosso tempo para relembrar estas figuras.

Não se coloquem à parte, não se deixem abarcar… sejam por vós e pelos outros.

De acordo com a Amnistia Internacional, Tan Zuoren foi condenado a 5 anos de prisão no passado dia 9 de Fevereiro depois de ter sido preso a 28 de Março de 2009 e julgado a 12 de Agosto do mesmo ano.

Após o tremor de terra que se abateu sobre Sichuan e que fez dezenas de milhar de vítimas, incluindo um número assustador de crianças, foram relatadas questões como a má construção de escolas e o desvio de fundos pelos funcionários públicos. A partir daí passou a ver um controlo agressivo dos media e perseguição a todos aqueles que apontavam a corrupção como a principal causa da má construção das escolas.

Tan Zuoren foi uma figura que prestou apoio imediato aos mais necessitados. Assoberbado com os relatos que se difundiam, Zuoren elaborou uma lista de crianças mortas no terramoto e um relatório sobre as causas do colapso das escolas devido à corrupção.

Foi preso, julgado e condenado. O julgamento decorreu à porta fechada e as testemunhas de defesa proibidas de comparecer em tribunal.

Veja a notícia completa em www.amnistia-internacional.pt e assine a petição para a sua libertação.

Aja, todos dependem de todos.

Se a proposta de lei for aprovada, Israel vai contra a Convenção sobre os Refugiados, a Convenção Contra a Tortura (CAT), a Convenção Internacional Contra a Discriminação (ICERD) e a Convenção Internacional dos Direitos Civis e Políticos (ICCPR).

A AI já pediu ao Parlamento Israelita que vetasse esta proposta de lei e que garantisse, no limite das suas capacidades, a segurança do indivíduos estrangeiros que corram risco de vida caso retornem ao seu país de origem.

Desde 2005 que mais de 8 000 indivíduos incluindo sudaneses entraram em Israel pelo Egipto procurando asilo. Caso a proposta lei se concretize, todas essas pessoas serão consideradas “infiltradas” e deportadas imediatamente para o Egipto mesmo que corram o risco de serem perseguidas ou torturadas.

Passem a palavra. Todos pudemos fazer algo por quem precisa.

THE HIVES

25/10/2009

Considerada a “melhor banda ao vivo do mundo” pela Spin Magazine.

VITIMAS DE LOVAS

21/10/2009

No dia 18 de Outubro, a directora executiva do Hummanitarian Law Centre, Natasa Kandic, o director do Documenta, Vesna Terselic, e o coordenador do Center for Peace, Non-Violence and Human Rights de Ojisek, Katarina Kruhonja, bem como activistas do Women in Black reuniram-se para lembrar as vítimas de guerra pelas forças sérvias 1991 na cidade de Lovas na Croácia. O bispo Kevin Downling da África do Sul que, no dia anterior havia participado numa reunião de líderes religiosos em Zagreb e Osijek para o estabelecimento do RECOM (uma comissão regional para investigar e encerrar casos relacionados com crimes de guerra e outras violações graves dos direitos humanos cometidos na antiga Jugoslávia), também esteve presente.

Durante o ataque pelas então forças jugoslavas em Lovas a 10 de Outubro de 1991, 22 pessoas foram mortas em suas casas. A 18 de Outubro do mesmo ano, 23 pessoas foram mortas em prisões e outros civis foram encaminhados para campos de minas onde 22 morreram.

14 pessoas (4 antigos membros das autoridades locais, 4 membros do People’s Army jugoslavo e 6 membros da unidade paramilitar “Dusan Silni”) estão à espera de julgamento da Câmara de Belgrado para Crimes de Guerras Especiais pelos crimes em Lova.

A organização dos direitos humanos, Human Rights Watch, homenageia 4 activistas que, incessantemente, lutam por um mundo melhor. Os prémios denominados “Alison Des Forges Defender Award for Extraordinary Activism” em honra de Alison Des Forges, activista do Human Rights Watch durante quase duas décadas e que morreu num acidente de avião em Nova Iorque a 12 de Fevereiro de 2009. Des Forges era a especialista debruçada sobre o Ruanda, o genocídio de 1994 e as suas consequências.

Os quatro vencedores de 2009 são:

Daniel Bekele, advogado e activista da Etiópia. Depois de ter promovido a educação e a participação nas eleições controversas de 2005, Bekele foi preso durante 2 anos e meio sob a acusação de incitação à violência contra o governo.

daniel bekele

Bo Kyi, co-fundador da Assistance Association of Political Prisoners. Ex-preso político, é elogiado por denunciar a repressão em Burma, expor os abusos por parte das autoridades e defender aqueles que são críticos ao governo. 

bo kyi

Elena Milashina, jornalista russa do “Novaya Gazeta”. Denuncia, ignorando as ameaças feitas, os abusos e a corrupção governamental. Escreve sobre “misteriosos” desaparecimentos, execuções extrajudiciais e torturas. Continua a investigar o assassinato da sua colega e mentora Anna Politkovskaya.

elena milashina

Mathilde Muhindo, directora do “Olame’s Centre” focada na luta contra a violência sexual na República Democrática do Congo. Motiva as mulheres a lutarem contra a discriminação e a crescente violência sexual no Congo. Lidera uma liga de organizações para uma melhor compreensão da lei sobre o tema em questão.

mathilde muhindo

Eles serão homenageados no “2009 Human Rights Watch Annual Dinners” em Chicago, Genebra, Hamburgo, Houston, Londres, Los Angeles, Munique, Nova Iorque, Paris, São Francisco, Santa Barbara, Toronto e Zurique.